Google revela tendências de comportamento do consumidor em 2021
Conheça as três macro tendências de comportamento do consumidor, segundo estudo da Google
A vice-presidente de marketing do Google para a América Latina, Paula Bellizia, abriu a edição do Google Leadership Talks desta quarta-feira (03) discutindo sobre o tema “Comportamento do Consumidor e Tendências” com a sócia-fundadora da consultoria Brain Squad e especializada em comportamento humano, Lígia Gonçalves.
Durante a conversa foi destacado a importância para o mundo dos negócios de mapear movimentos culturais e comportamentais. Uma vez que, neste cenário é preciso navegar em meio a tantas mudanças e incertezas, de modo que seja possível às marcas e empresas serem mais relevantes e se associarem às causas corretas. Além de ter um papel ativo na recuperação do País e da população que oscila entre um “otimismo reprimido e um pessimismo defensivo”.
Segundo Lígia, estamos vivendo hoje “o maior experimento de mudança comportamental na história da humanidade, em termos de extensão e duração”. Uma vez que, tivemos que vivenciar uma série de impasses que exigiram de nós a capacidade de adaptação. No entanto, quando a pandemia faz alguém ter de repensar o trabalho ou como se exercitar se parques ou academias estão fechados, isso consome energia cognitiva para adoção de novos hábitos.
“Isso pode ser oportunidade para as marcas e empresas guiarem os consumidores, preencherem necessidades novas. A indústria do entretenimento foi uma das mais sacudidas pela pandemia. A necessidade do entretenimento ainda existe, mas como manter?”, questionou Lígia
Ao discorrer da conversa, Paula Bellizia apresentou o estudo Vida na Quarentena da Google. Logo depois enfatizou três macro tendências de comportamento a fim de discutir com a consultora: a “Distopia otimista”, “Positivar a Pandemia” e a “Retomada forçada”.
Tendência 1: Distopia Otimista
A primeira das macro tendências de comportamento é a Distopia Otimista. Essa tendência parte parte de questionamentos para os quais não temos respostas claras – “Vai passar”, mas quando, como, para quem?
A pandemia não é igual para todo mundo e temos que estar atentos ao fato de as pessoas já estarem com a cognição prejudicada, ocupada demais.
Isso tem ficado claro em relatos de estudos sobre pessoas dormindo pior, com mais ansiedade e tudo isso impacta sua performance e faz com que recorram a sistemas automáticos e zonas de conforto.
Por isso, cresce a consciência sobre as interdependências, ou seja, de que só vamos sair dessa juntos e que só vai ficar bom de verdade, quando estiver bom para todo mundo.
“Essa ficha está caindo num momento em que o mundo tem um vácuo de líderes inspiradores. É uma oportunidade para as marcas trazerem o otimismo de volta, darem exemplo com comportamentos adequados”
Portanto, se trata de exercer um papel importante na criação de um ciclo positivo nas normas sociais para ajudar as pessoas a saírem da desilusão. Principalmente, com a consciência de que não há mais tolerância para discursos que não se traduzem em práticas.
Tendência 2: Positivar a Pandemia
Essa tendência de comportamento do consumidor reflete sobre a possibilidade de se sentir bem em meio ao caos em alguns momentos ou até que ponto alguém pode se sentir autorizado a isso. Além disso, também traz uma reflexão sobre o que era normal antes da pandemia. Uma vez que agora, 43% dos brasileiros disseram ter grandes alterações de humor no isolamento.
A fundadora da Brain Squad ressalta que temos dois recursos escassos: a citada capacidade cognitiva e o tempo. Com isso, as marcas precisam entender o estado mental das pessoas nessas circunstâncias, em que mudar o que fazia por hábito consome capacidade cognitiva. Todo mundo tendo de aprender sobre vírus, vacina, eficácia e a se desdobrar em um perfil multitarefas.
E pessoas exauridas mentalmente, tomam mais decisões impulsivas ou no automático, estão mais sujeitas a viés e procrastinação de decisões. Com tudo isso, a palavra de ordem para as empresas é – ou deveria ser – simplificar processos, produtos e serviços, assim como sua comunicação. Eliminar barreiras ajuda as pessoas a darem conta das tarefas e atividades. Ainda mais em momento em que muitos estão experimentando a vida digital pela primeira vez, de modo forçado.
Para provedores de serviços e produtos que estão surfando essa onda da experimentação do consumidor, causar uma primeira boa impressão é essencial. Assim como outros podem explorar os pequenos momentos de indulgência que as pessoas têm buscado, após tantos meses de stress na pandemia.
Tendência 3: Retomada Forçada
Já essa tendência se trata da retomada forçada. Uma vez que, é uma volta a algumas atividades, sem que a pandemia tenha ido embora e sob o receio de que todo o esforço do período do isolamento se perca.
Além disso, Lígia ressalta que neste aspecto, vale o pensamento das metas de curto prazo. Já que, tendem a ser mais realistas e com mais chance de serem atingidas.
“Atingindo uma, a pessoa se anima para outra, e se coloca num movimento positivo, enquanto com metas muito distantes, acaba se mobilizando menos”, disse.
Como o momento é de transição de comportamentos, ela diz ser difícil prever como será depois, mas parte dos comportamentos de agora, certamente vão ficar. O tema da saúde mental, por exemplo, que era considerado quase um tabu.
No caso, do consumidor que está com a saúde mental no limite, uma decepção com uma marca, pode ser um risco enorme. Deste modo, é exigido das marcas consistência.
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